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IBM, USP e Fapesp inauguram centro de inteligência artificial no Brasil

Projeto irá se dedicar, inicialmente, a projetos relacionados com saúde, meio ambiente, cadeia de produção de alimentos e futuro do trabalho. IBM, Universidade de São Paulo (USP) e Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) iniciaram nesta terça-feira (13) as atividades de um centro de inteligência artificial no Brasil.

Projeto irá se dedicar, inicialmente, a projetos relacionados com saúde, meio ambiente, cadeia de produção de alimentos e futuro do trabalho. IBM, Universidade de São Paulo (USP) e Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) iniciaram nesta terça-feira (13) as atividades de um centro de inteligência artificial no Brasil.
Abreviado como C4AI, uma sigla em inglês, o espaço vai se dedicar ao desenvolvimento de pesquisas relacionadas a temas como saúde, meio ambiente, cadeia de produção de alimentos, futuro do trabalho e no desenvolvimento de tecnologias que possibilitam a interação com máquinas usando fala ou escrita em português.
Centro de inteligência artificial fica no InovaUSP, no campus da USP em São Paulo.
Marcos Santos/USP Imagens
O projeto está sediado no prédio do Centro de Pesquisa e Inovação InovaUSP, localizado no campus da USP em São Paulo, e terá uma segunda unidade destinada a capacitar estudantes e profissionais, no Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC), no campus da USP em São Carlos.
Com financiamento de até 10 anos, a IBM e Fapesp irão reservar, cada uma, até R$ 2 milhões anualmente para implementar os programas do C4AI. A USP investirá pelo menos R$ 4 milhões por ano em instalações físicas, laboratórios, professores, técnicos e administradores para gerir a iniciativa.
Mais de 60 pesquisadores de 14 unidades de ensino e pesquisa da USP estarão envolvidos nos estudos.
A maioria dos resultados da pesquisa do C4AI, incluindo dados e códigos, será disponibilizado em um modelo de código aberto, o que permitirá seu uso por outras empresas, de acordo com Ana Paula Assis, Gerente Geral da IBM América Latina.
"O acordo prevê que a propriedade intelectual criada conjuntamente por USP e IBM seja co-propriedade de ambas, incluindo invenções e código, mas a intenção é disponibilizar o máximo possível através de inovação aberta para beneficiar o constante desenvolvimento do ecossistema de inovação do país", disse Ana Paula Assis ao G1.
As áreas de pesquisa
Neste início, o centro irá trabalhar em cinco temas:
cadeia de produção de alimentos, com foco especial a de pequenos produtores para resolver questões como desperdício de água e alimento;
saúde, com o objetivo de melhorar o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação de pacientes de acidente vascular cerebral (AVC) e investigar formas de melhorar a escolha de protocolos de reabilitação em casos de AVC;
políticas públicas e o futuro do trabalho, com coleta de dados para uma análise sobre impacto da inteligência artificial nos empregos e no futuro do trabalho;
interação com máquinas em português, com ferramentas e dados para treinar sistemas de diálogo no idioma para aprimorar os serviços de atendimento ao cliente, o treinamento de assistentes virtuais, o monitoramento de redes sociais, entre outros;
pesquisa com aprendizado de máquina – campo de estudo no qual algoritmos podem identificar padrões e tomar decisões com pouca intervenção humana – para auxiliar a pesquisa na Amazônia Azul, região do oceano Atlântico na costa brasileira rica em biodiversidade, com o objetivo responder perguntas como “o que causou o aparecimento de manchas de óleo na costa nordeste do Brasil?”
Comitês de acompanhamento
O centro terá três comitês para avaliar os avanços e definir temas de interesse para a ciência, indústria e sociedade:
um deles irá função avaliar o progresso científico;
outro contará com a participação de representantes de empresas de diversos setores, órgãos públicos e sociedade civil, que irão colaborar para que os desenvolvimentos tenham impacto na indústria, na economia e na sociedade;
o último promoverá a participação de mulheres, afrodescendentes e outros membros da sociedade para que haja participação mais inclusiva no setor de IA.
Os critérios composição e o funcionamento desses comitês serão definidos nos próximos meses.
"Preocupação com questões éticas em IA é central no C4AI e será endereçada diretamente por uma das linhas de pesquisa", disse Ana Paula Assis.
"O fato do C4AI promover a criação de bases abertas para pesquisa e indústria, a partir de dados coletados no Brasil, deverá contribuir para diminuir o viés de sistemas de IA pesquisados e desenvolvidos no país, muitas vezes treinados com bases de outros países", afirmou.
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